domingo, 7 de abril de 2013

Novo Prefeito, Velhas Lideranças

Passadas seis eleições para prefeito em Santa Quitéria, o cenário político continua o mesmo. Mudam os postulantes do cargo maior do executivo quiteriense mas as lideranças são as mesmas. Assim podemos identificar a existência de ciclos políticos, marcados pela perpetuação de líderes num determinado espaço de tempo. Já foi assim também no passado.
Luciano Lobo e Tomás Figueiredo - as duas únicas lideranças políticas de
SantaQuitéria há mais de vinte anos.
Na última eleição em que foi definido mais um novo prefeito, Fabiano Lobo, sob o ponto de vista histórico não se trata de uma mudança na política quiteriense ou do início de um novo ciclo, mas a continuação do ciclo atual que vem existindo nos últimos vinte e dois anos e que teve início com a primeira eleição de Tomás Figueiredo em 1992. Luciano Lobo, o outro protagonista desta história, mais uma vez inicia o revezamento que vem desde então com sua vitória na eleição de 1996. De lá para cá, estes dois únicos líderes da política local vêm fazendo este revezamento, sejam eles próprios ocupando o cargo de prefeito ou seus escolhidos. Assim como Chagas Mesquita substituiu Tomás Figueiredo, Fabiano substitui agora Luciano Lobo, tendo a sorte pela intermitência de mandatos de poder ser o candidato filho do próprio líder. Luciano poderia ter emplacado qualquer outro representante, assim como também Tomás o poderia na época em que escolheu Chagas Mesquita. Até mesmo o fato de Chagas Mesquita ter brigado com Tomás Figueiredo não desconfigurou a sua substituição, a não ser se Chagas tivesse vencido a última eleição, aí teríamos tido uma mudança, uma nova liderança, por que Chagas teria vencido "brigado" com Tomás e contra o próprio, além de Fabiano. Mas não foi isso que aconteceu. Mais uma vez a "terceira via" ou seja, uma terceira liderança não emplacou. Por Chagas ter sido o prefeito enquanto concorria, foi esta vez em que a "terceira via" mais tirou votos e ameaçou de fato concorrendo de igual pra igual com os dois velhos líderes. Mas, com a  vitória de Fabiano Lobo, continuamos no mesmo ciclo.

NOVAS LIDERANÇAS

Fabiano Lobo, atual prefeito e Joana Figueiredo, vereadora.
Será que se firmarão como novas lideranças ou  serão
apenas representantes de seus pais ?.
A previsão é que este ciclo continue por um bom tempo e que não tenhamos grandes mudanças, haja vista que Tomás Figueiredo já colocou sua filha Joana Figueiredo para substituir o papel que era de Chagas Mesquita, elegendo-a vereadora e deixando-a pronta para colocá-la na prefeitura quando der certo. E Fabiano, reelegendo-se prefeito, seria a representação mais uma vez de Luciano Lobo. Ou não? Dependendo do cenário político de cada um para as próximas eleições, poderíamos até supor algumas hipóteses em que estes se configurariam como novos líderes e não meros representantes de seus pais; como por exemplo, se concorressem contra seus próprios genitores políticos, caso em que aconteceu com Chagas Mesquita que brigou e concorreu com Tomás Figueiredo; ou então; se estes mesmos genitores não mais estivessem na nossa convivência, hipótese esta não desejada por nós. Mas, caso Fabiano ou Joana venha a concorrer com a mesma base de seus pais e com a ajuda destes, seria o caso de se afirmar que ambos estariam apenas representando os velhos líderes.
E como estamos falando de história política, vamos ao ciclo anterior, que teve como marco divisório o mandato do interventor Nazareno Damasceno Cavalcante indicado pelo governador na época Ciro Gomes, que substitui o prefeito cassado Enio Mesquita, este que foi o último prefeito do ciclo anterior. 
Neste ciclo, que durou também algumas décadas, existiram suas lideranças, ao contrário do atual, foram mais de duas: Xixi Parente (Francisco de Assis Parente), Zezé Benevides (José Benevides de Mesquita),  Arlinda Lôbo e Haroldo Martins. Este último, mesmo sendo escolhido por Xixi Parente como seu representante, se fez liderança porque rompeu com Xixi e fez seu sucessor, Enio Mesquita, que por ironia do destino tinha sido seu principal opositor e concorrente na eleição anterior em que se elegeu. Enio Mesquita não teve tempo de constituir-se como liderança, pois teve o mandato e seus direitos políticos cassados, daí a existência do interventor Nazareno Damasceno.
Tomás Figueiredo, eleito em 1992, apoiado por Nazareno, então representante do governador Ciro Gomes, começou o atual ciclo. Tomás nem figurava na política local, chegou e aqui ficou.

"BAGAGEM" POLÍTICA 

O peso do histórico político/familiar das duas lideranças atuais é grande e semelhante um ao do outro. Luciano Lobo foi prefeito de Santa Quitéria, teve o pai  também prefeito (Zezé Benevides), o seu avô e agora o seu filho. Também teve sua tia Arlinda Lobo prefeita, única mulher até hoje a comandar o município. Tomás Figueiredo foi prefeito de Santa Quitéria por três vezes, único eleito democraticamente nas três vezes (houveram outros, mas sendo interventores em algumas vezes); teve o pai, um irmão e o filho deputado estadual, respectivamente Chico Figueiredo, Alexandre Figueiredo e Tomás Filho e tem atualmente a sua filha vereadora do município. Também fez sua esposa deputada estadual, dona Cândida Figueiredo.   Portanto, motivos para serem as lideranças que são é que não falta.

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